Transforme ideias em soluções

Panic Lobster
6 min readJan 27, 2021

Ideia todo mundo tem, o difícil é validar se ela é realmente boa.

Quando você tem uma ideia, teu principal objetivo como líder de projeto, empreendedor ou intraempreendor é tentar matá-la o quanto antes.

Ué, mas como assim? É isso mesmo, quanto antes você perceber que a sua ideia é ruim, menos tempo e dinheiro sua empresa vai gastar e, consequentemente, você já estará liberado para a próxima. Agora, quanto mais difícil for pra você matar a sua ideia, maior a chance dela ser uma boa solução.

Inclusive, a falta de processos incrementais e interativos são um dos maiores deslizes que grandes corporações cometem durante processos de inovação. As empresas investem muito tempo e milhões pra desenvolver uma nova solução e, lá na frente, quando vêem que não funcionou, se frustram e tem a sensação de que inovação é uma "grande fogueira de queimar dinheiro".

O processo de validação tem por objetivo gerar aprendizado de como o problema e a solução proposta se conectam. Por isso, desde o início, é preciso trabalhar com uma visão mais pragmática e testar da forma mais científica possível se a ideia que você tem, de fato, funciona.

Para ajudar nesse processo, reunimos 4 dicas de como você pode transformar suas ideias em soluções.

1. Entenda profundamente o problema

Antes de criar um produto ou serviço identifique de forma clara qual o problema (ou problemas) que você está tentando resolver. Identifique quais impactos e consequências que ele causa, para ver se vale a pena investir tempo em resolvê-lo.

Desça a maior quantidade de níveis possíveis dentro do seu problema, usando algumas metodologia para isso. (Uma sugestão é usar a ferramenta dos 5 Porquês, que consiste em perguntar 5 vezes o porquê do problema, a fim de descobrir a sua real causa — iremos falar mais sobre isso em outro conteúdo). Entenda se o que você está enxergando como problema é realmente a origem/causa ou se é apenas uma consequência de um problema mais profundo. Quanto mais níveis você conseguir descer, maior a chance de você propor uma solução de impacto real.

Ao encontrar uma "potencial raiz do problema", faça um brainstorm para identificar hipóteses de soluções, considerando ferramentas tecnológicas, recursos humanos e financeiros disponíveis na sua empresa ou no mercado. Reflita sobre quais soluções já existentes poderiam solucionar esse problema ou, quais deveriam ser desenvolvidas pra que você consiga resolvê-lo. Quanto mais claro for o casamento entre problema e solução, mais fácil será medir se, de fato, esse projeto gera um impacto positivo.

2. Defina um processo de prototipação

Esse é o momento de olhar para recursos existentes e pensar: Qual o menor esforço possível pra otimizar a maior quantidade de aprendizado possível? O que tenho que construir para medir/metrificar se a solução terá o impacto esperado?

Protótipos podem ser, ou não, funcionais. Normalmente é a primeira fase de desenvolvimento de um produto, por isso, deve ser construído de maneira mais rápida e econômica possível, pois muita coisa pode mudar — e, naturalmente, isso acontece.

Pode ser um desenho de telas, uma maquete ou até mesmo a prestação de um serviço/simulação de forma totalmente manual, quase improvisada. Aqui é o momento de usar a criatividade para desenvolver algo que as pessoas consigam ver e entender como a sua solução vai funcionar.

O interessante dessa lógica é que já na fase do protótipo você começa a adquirir conhecimento sobre a hipótese (problema/solução). E, a partir desse aprendizado, se necessário, é possível propor mudanças drásticas com objetivo de ser assertivo, sem ter gasto muito tempo ou dinheiro.

3. Validação: Mate a sua ideia

O processo de validação é algo contínuo, longo e que vale um conteúdo a parte. Mas vamos dar uma resumida aqui. O objetivo da fase de validação é testar de forma prática se o que você está desenhando funciona, ou não. Essa validação pode ser feita por meio de métricas desenhadas previamente ou por um processo de entrevista com usuários/potenciais clientes.

No primeiro caso você pode definir métricas como Churn, NPS, índice de satisfação, retenção, faturamento, tempo de execução de um determinado processo, etc. E, quando rodar o seu protótipo, verificar se foi apresentado algum impacto positivo nas métricas que você tinha definido.

Já caso você rode algum processo de feedback com usuários/potenciais clientes, o teu objetivo será extrair de forma concreta as respostas das perguntas que podem matar a tua hipótese.

Durante a entrevista, descubra o tamanho da dor de cabeça que esse problema dá para eles, saiba como eles resolvem esse problema atualmente e quais ferramentas usam (quem sabe podem ser futuros concorrentes). Mostre o seu protótipo e teste como eles usariam a sua solução, instigue o que fariam de diferente e analise seu desempenho.

A partir dessas informações e das métricas levantadas, você vai poder definir uma nova estratégia de produto para começar a interagir com as hipóteses iniciais.

Lembre-se, o teu objetivo não é coletar feedback por feedback, mas sim, tentar matar a sua ideia. É fazer com que as pessoas falem o que elas realmente pensam sobre a sua solução, não o que você quer escutar. E isso é mais difícil do que parece, porque as pessoas tendem a ser bondosas e não querem falar que tua ideia é ruim, que não faz sentido ou até mesmo que já foi tentada em outras vezes e não certo.

4. Interaja com o produto

Depois de ter rodado todo esse processo você vai sentar com o seu time e tomar uma decisão sobre 3 possíveis próximos passos:

1. Persistir: Continuar na ideia original, aprimorar o que foi feito a partir do aprendizado adquirido na última interação.
2. Pivotar: Não funcionou como o esperado, mas informações muito relevantes foram levantadas que apresentaram novos potenciais problemas e soluções.
3. Desistir: Desistir de uma ideia que não funciona não deve ser encarado negativamente ou uma ferida no ego.

"Errar rápido e barato" NUNCA é o foco de um processo de inovação. Tome cuidado com esse jargão, mas entenda que a falha faz parte e deve ser aceita. Se a sua empresa inova ou, se você trabalha com inovação, pode ter certeza que a falha vai fazer parte do seu dia a dia.

E aí, preparado pra criar e matar novas ideias?
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